Miguel Sousa Tavares em tempos disse:
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"O negócio que Santana Lopes fez quando era presidente da câmara de Lisboa, e destinado a co-financiar os estádios de Benfica e Sporting, continha uma última concess?o verdadeiramente de pasmar. A CML, através da EPUL (uma empresa municipal, que urbaniza terrenos públicos para supostamente vender habitaç?o mais barata), iria construir duas novas urbanizaç?es que, uma vez vendidas, gerariam lucros a dividir entre a EPUL e o Benfica e Sporting. Ou seja, a câmara de Lisboa pegava em terrenos públicos, construía neles com dinheiros públicos, comercializava-os e depois, se lucros houvesse, dava metade deles ao clubes, que n?o tinham mexido uma palha nem arriscado um tost?o. Tratava- se, obviamente, de uma doaç?o encapotada sob a forma de participaç?o em negócio. Mas eis que agora se vem a saber, através da divulgaç?o das contas da EPUL, que também a condiç?o a que estava sujeito o negócio foi afinal ignorada. Antes mesmo de se iniciar a construç?o, de haver quaisquer vendas e muito menos resultados do negócio, a EPUL adiantou ao Benfica e Sporting, em Dezembro passado, 20 milh?es de euros «por conta dos lucros futuros ». Só que n?o apenas os especialistas contestam esse volume de lucros putativos como até duvidam que, por falta de condiç?es legais para construir, as urbanizaç?es em causa cheguem sequer a ver a luz do dia. Entretanto, para poder antecipar os hipotéticos lucros ao Benfica e Sporting, a EPUL foi ? banca pedir um empréstimo — cujos juros, obviamente, lhe caberá também pagar. Ó senhores, que tanto se ofenderam porque um inspector do IGAT mais o sr. Rui Rio entenderam, ao arrepio de vários outros, que parte dos terrenos do FC Porto, expropriados para o Plano de Pormenor das Antas, teriam sido sobreavaliados: o que t?m a dizer agora deste negócio?"
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