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segunda-feira, maio 23, 2005

Bravo, CampeĂŁo do Mundo!


Contra Tudo e Contra Todos
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Está terminada mais uma época desportiva. O F.C. Porto não conseguiu o terceiro título consecutivo na SuperLiga, mas manteve-se na luta até ao derradeiro instante do campeonato, revelando uma vontade férrea de repetir sensações que têm sido normais nos últimos anos. Este domingo, numa jornada de emoções fortíssimas, o Dragão ferveu e acreditou, deu as mãos em redor da equipa e esperou pela explosão que, infelizmente, não chegou.
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A época 2004/05 principiou com uma vitória na Supertaça Cândido de Oliveira e teve uma etapa verdadeiramente inesquecível em Dezembro passado, com a conquista da Taça Intercontinental, a segunda na história secular do F.C. Porto. Desde então Campeão do Mundo, o Dragão logrou ainda o apuramento para os oitavos de final da UEFA Champions League e colocou-se entre as 16 melhores equipas da Europa. Não se pode dizer que o seu palmarés não tenha sido enriquecido nos últimos tempos.
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O F.C. Porto, porém, não vive de rendimentos do passado. E até podia fazê-lo, já que, desde que Portugal deixou de ser um país amordaçado, tem dominado com ampla vantagem o nosso futebol. Assim sendo, o Campeão do Mundo fez questão de lutar até ao fim pelo Tri. E lutou em condições nefastas. Lutou contra um azar tremendo e encarou situações de natureza duvidosa, mas bateu-se com heroísmo, sem desistir e, essencialmente, sem abdicar dos seus princípios e de prestar um tributo obrigatório aos seus adeptos.
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Hoje, o F.C. Porto dependia de terceiros. Mas apenas hoje. E não se tratava de sorte ou de azar, de decisões favoráveis ou juízos errados, de colos cómodos e descarados. Tratava-se apenas de futebol. O F.C. Porto seria campeão se derrotasse a Académica e se o Boavista vencesse o Benfica. Tão simples quanto isso. Sem máculas.
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Os dois encontros, todavia, terminaram empatados e os portistas não tiveram direito à festa que tanto mereciam. Os portistas encheram o seu estádio e criaram uma onda de euforia azul e branca lindíssima. Mereciam mais. Mereciam que Pedro Roma não tivesse ficado em vantagem em relação a Hélder Postiga e a McCarthy e mereciam que o golo de Ibson não tivesse um sabor tão amargo.
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A Académica jogou no Dragão com um espírito possuído por receios evidentes. Premiou o futebol directo e só arriscou qualquer coisa quando já estava a perder. Não empatou como corolário do seu jogo. Somou um ponto porque teve sorte, porque marcou no minuto 90, quando as quase 50 mil almas portistas estavam já de ouvido num outro ponto da Invicta, à espera da combinação de resultados ideal. O quadro perfeito não foi desenhado. O F.C. Porto terminou a SuperLiga na segunda posição e assegurou o apuramento directo para a UEFA Champions League.

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