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Está terminada mais uma Ă©poca desportiva. O F.C. Porto nĂŁo conseguiu o terceiro tĂtulo consecutivo na SuperLiga, mas manteve-se na luta atĂ© ao derradeiro instante do campeonato, revelando uma vontade fĂ©rrea de repetir sensações que tĂŞm sido normais nos Ăşltimos anos. Este domingo, numa jornada de emoções fortĂssimas, o DragĂŁo ferveu e acreditou, deu as mĂŁos em redor da equipa e esperou pela explosĂŁo que, infelizmente, nĂŁo chegou.
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A Ă©poca 2004/05 principiou com uma vitĂłria na Supertaça Cândido de Oliveira e teve uma etapa verdadeiramente inesquecĂvel em Dezembro passado, com a conquista da Taça Intercontinental, a segunda na histĂłria secular do F.C. Porto. Desde entĂŁo CampeĂŁo do Mundo, o DragĂŁo logrou ainda o apuramento para os oitavos de final da UEFA Champions League e colocou-se entre as 16 melhores equipas da Europa. NĂŁo se pode dizer que o seu palmarĂ©s nĂŁo tenha sido enriquecido nos Ăşltimos tempos.
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O F.C. Porto, porĂ©m, nĂŁo vive de rendimentos do passado. E atĂ© podia fazĂŞ-lo, já que, desde que Portugal deixou de ser um paĂs amordaçado, tem dominado com ampla vantagem o nosso futebol. Assim sendo, o CampeĂŁo do Mundo fez questĂŁo de lutar atĂ© ao fim pelo Tri. E lutou em condições nefastas. Lutou contra um azar tremendo e encarou situações de natureza duvidosa, mas bateu-se com heroĂsmo, sem desistir e, essencialmente, sem abdicar dos seus princĂpios e de prestar um tributo obrigatĂłrio aos seus adeptos.
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Hoje, o F.C. Porto dependia de terceiros. Mas apenas hoje. E nĂŁo se tratava de sorte ou de azar, de decisões favoráveis ou juĂzos errados, de colos cĂłmodos e descarados. Tratava-se apenas de futebol. O F.C. Porto seria campeĂŁo se derrotasse a AcadĂ©mica e se o Boavista vencesse o Benfica. TĂŁo simples quanto isso. Sem máculas.
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Os dois encontros, todavia, terminaram empatados e os portistas nĂŁo tiveram direito Ă festa que tanto mereciam. Os portistas encheram o seu estádio e criaram uma onda de euforia azul e branca lindĂssima. Mereciam mais. Mereciam que Pedro Roma nĂŁo tivesse ficado em vantagem em relação a HĂ©lder Postiga e a McCarthy e mereciam que o golo de Ibson nĂŁo tivesse um sabor tĂŁo amargo.
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A AcadĂ©mica jogou no DragĂŁo com um espĂrito possuĂdo por receios evidentes. Premiou o futebol directo e sĂł arriscou qualquer coisa quando já estava a perder. NĂŁo empatou como corolário do seu jogo. Somou um ponto porque teve sorte, porque marcou no minuto 90, quando as quase 50 mil almas portistas estavam já de ouvido num outro ponto da Invicta, Ă espera da combinação de resultados ideal. O quadro perfeito nĂŁo foi desenhado. O F.C. Porto terminou a SuperLiga na segunda posição e assegurou o apuramento directo para a UEFA Champions League.
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